Trata-se de uma revisão sistemática e meta análise tendo os critérios de inclusão estudos de ensaios clínicos randomizados (RCTs) e um estudo prospectivo. Em todos os estudos, os pacientes tinham mais de 18 anos.
Como critérios de exclusão foram retirados os estudos que não envolviam pesquisas in vivo em humanos, estudos com participantes menores de 18 anos, devido ao estresse metabólico já existente decorrente do crescimento e pacientes diabéticos em que os dados estavam incompletos ou os dados originais não foram apresentados.
Considerando que o processo de cicatrização é um evento ordenado e dinâmico, sabe-se que para o seu êxito, uma cascata de eventos deve acontecer de forma ordenada. A presença de todos os elementos devem estar alinhadas para que não ocorra a estagnação da ferida levando à uma cronificação. Desta forma, a presença de oligoelementos como o zinco e outros moduladores (fatores de crescimento, citocinas) são essenciais no processo.
O zinco está envolvido na estimulação da re-epitelização e no auxílio ao combate bacteriano. Seu papel está vinculado às metaloenzimas dependentes de zinco, incluindo a fosfatase alcalina e RNA e DNA polimerases. Desta forma, a suplementação de zinco e seus efeitos na cicatrização de lesões tem sido estudados.
Esta revisão sistemática conclui que o uso de zinco mostrou potencial para acelerar a cicatrização de feridas quando comparado ao grupo controle (p = 0,03).
Foi identificado que há controvérsias entre revisões realizadas anteriormente e o presente estudo, visto que há duas formas de suplementação com zinco (ZnO e ZnSO4) sendo a primeira destas atuante no sistema imune e na cicatrização e a segunda pode inibir o efeito epitelial, possivelmente devido aos seus efeitos tóxicos locais sobre as feridas. Por isso, a forma, a dose e a via de administração deve ser levada em consideração para sua suplementação para fins terapêuticos.
Ainda assim, como os estudos encontrados e avaliados apresentaram qualidade metodológica moderada (segundo a classificação GRADE), esses achados devem ser interpretados com parcimônia.
De todo modo, o resultado reforça a importância de novas pesquisas (especialmente novos ensaios clínicos randomizados) para melhorar a amostra e entender a fundo como e até que ponto o zinco pode otimizar o processo de cicatrização.


Leia o artigo na íntegra:
Arribas Lopez E, Zand N, Ojo O, et al. Systematic reviewand meta-analysis of the effect of zinc on wound healing. BMJ Nutrition, Prevention & Health, v8, 2025. e000952. doi:10.1136/bmjnph-2024-000952

Enfermeira
Mestre em Ciências Fisiológicas com enfoque na Fisiologia da Pele
Redatora Científica do CQC