Trata-se de uma revisão, realizada em cinco bases de dados eletrônicas: EBSCOhost, ScienceDirect, PubMed, Medline, Ovid e Web of Science.
A pesquisa abrangeu o período de 2008 até maio de 2020.
As palavras-chave utilizadas foram: plant cellulose (celulose vegetal), bacterial cellulose (celulose bacteriana), in vitro, in vivo, structure (estrutura), properties (propriedades), wound healing (cicatrização de feridas), importance (importância) e medical application (aplicação médica).
A celulose vegetal e a celulose bacteriana diferem em suas características macromoleculares, mas ambas são amplamente aceitas para uso na área biomédica, devido à sua biocompatibilidade com células humanas.
A celulose vegetal pode conter impurezas, como hemicelulose e lignina, apresentando uma capacidade moderada de retenção de água (cerca de 60%) e níveis intermediários de resistência à tração e à cristalinidade.
Estudos experimentais anteriores demonstraram que a celulose vegetal é adequada para o uso em cicatrização de feridas, devido às suas propriedades físico-químicas únicas.
Por outro lado, a celulose bacteriana é quimicamente pura, hidrofílica, possui alta capacidade de retenção de água (em torno de 100%), elevada cristalinidade e grande resistência à tração.
Os resultados positivos do uso da celulose bacteriana na cicatrização de feridas foram confirmados por testes in vivo e in vitro. Além disso, observou-se um efeito bacteriostático positivo (>99%) quando associada a agentes antimicrobianos, evidenciando sua permeabilidade e eficiência na incorporação de ativos.
De acordo com esta revisão, tanto a celulose bacteriana quanto a vegetal podem atuar como estruturas de suporte (scaffolds) para a regeneração de diferentes tipos de células e tecidos, demonstrando potencial para serem utilizadas como substitutos cutâneos em tecnologias médicas.
Por suas características hidrofílicas e resistência mecânica, caso a celulose bacteriana possa ser produzida em larga escala de forma eficiente, ela poderá se tornar um biomaterial de alta performance.


Confira o artigo na íntegra:
Naomi, Ruth et al. “Plant- vs. Bacterial-Derived Cellulose for Wound Healing: A Review.” International journal of environmental research and public health vol. 17,18 6803. 18 Sep. 2020, doi:10.3390/ijerph17186803

Enfermeira
Mestre em Ciências Fisiológicas com enfoque na Fisiologia da Pele
Redatora Científica do CQC