Trata-se de uma revisão que apresenta uma discussão abrangente sobre o melanoma cutâneo, com o objetivo de construir uma base sólida para a compreensão da doença e apoiar a tomada de decisões clínicas.
O melanoma cutâneo é um câncer de pele com incidência crescente e alta mortalidade. Sua fisiopatologia ocorre quando os melanócitos, que são células que contém o pigmento melanina, sofrem uma cascata progressiva de mutações genéticas. Em fases iniciais, a transformação ainda pode ser interrompida por mecanismos de senescência celular.
Mutações em genes supressores tumorais (por exemplo, CDNK2A, TP53, PTEN, BAP1, NF1) podem levar a progressão de lesões benignas para tumores intermediários ou malignos.
A profundidade da invasão tumoral pode ser descrita pelos sistemas de classificação Clark e Breslow:
Nível I: tumor acima da membrana basal — melanoma in situ
Nível II: tumor invade a derme papilar
Nível III: melanoma atinge a interface entre derme papilar e reticular
Nível IV: invasão distinta da derme reticular
Nível V: invasão do tecido subcutâneo.
Modelos de Predição de Risco:
Estudos utilizaram diferentes valores de corte para definir indivíduos de alto risco, escolhidos para otimizar sensibilidade ou especificidade.
Algoritmos de Triagem Baseados em Inteligência Artificial:
Diversos estudos têm desenvolvido algoritmos baseados em inteligência artificial (IA) para rastreamento de câncer de pele.
Testes Moleculares com Valor Prognóstico:
Testes moleculares, incluindo perfis de expressão gênica, expressão de microRNA e DNA tumoral circulante (ctDNA), vêm sendo estudados para prever risco de metástase, recorrência e sobrevida.
DNA Tumoral Circulante:
O ctDNA é um biomarcador promissor para prever recorrência, sobrevida e resposta terapêutica. Embora ele seja mais detectável em doença avançada (estágios III–IV), as suas taxas de detecção chegam a 90%.
Vacinas como Terapia Adjuvante:
As vacinas personalizadas de neoantígenos podem revolucionar o tratamento do melanoma. Utilizam de mRNA para codificar os neoantígenos tumorais, estimulando a resposta de células T e memória imunológica. Os estudos ainda são iniciais, sem dados concretos, entretanto promissores, como o ensaio KEYNOTE-942 (que encontra-se em fase 2).
Compreender o manejo atual e os princípios por trás das novas tecnologias é fundamental para um atendimento de excelência, entretanto, é extremamente importante educar continuamente os pacientes sobre estratégias de prevenção e destacar a importância da detecção precoce da doença.


Confira o artigo na íntegra:
Caraviello, C.; Nazzaro, G.; Tavoletti, G.; Boggio, F.; Denaro, N.; Murgia, G.; Passoni, E.; Benzecry Mancin, V.; Marzano, A.V. Melanoma Skin Cancer: A Comprehensive Review of Current Knowledge. Cancers. 17, 2920, 2025. https://doi.org/10.3390/cancers17172920

Enfermeira
Mestre em Ciências Fisiológicas com enfoque na Fisiologia da Pele
Redatora Científica do CQC