Trata-se de um artigo de revisão que explora os avanços recentes para cicatrização de feridas no que tange às tecnologias para curativos médicos.
Este artigo explora o uso de materiais considerados tecnologias inovadoras, com potencial para o desenvolvimento de futuros produtos na área de cicatrização de lesões. Os elementos investigados, até o momento, mostraram-se promissores, mas ainda carecem de pesquisas clínicas que avaliem sua relevância terapêutica.
De modo geral, entre os materiais mais inovadores destacam-se os Metal-Organic Frameworks (MOFs) e os Covalent Organic Frameworks (COFs), estruturas metalorgânicas e orgânicas covalentes que fornecem plataformas personalizáveis, com porosidade ajustável e atividades semelhantes às enzimáticas.
Outro componente atualmente estudado são os polímeros eletroativos, como o PEDOT e seus derivados, que apresentam grande potencial para promover a angiogênese e acelerar o processo de cicatrização, em razão de sua alta condutividade elétrica, dispersibilidade em água e citocompatibilidade.
Com o crescente interesse por tecnologias que utilizam nanopartículas como carreadores, o artigo também aborda diferentes tipos de nanoenzimas, incluindo as baseadas em carbono e metais como a prata. Embora o conhecimento sobre sua atuação em feridas infectadas já seja consolidado, novos resultados destacam uma abordagem multidimensional que combina ciência dos materiais, biotecnologia e medicina personalizada para melhorar os resultados clínicos. Entretanto, no caso das nanopartículas de ouro e zinco, ainda há desafios relacionados à estabilidade, biocompatibilidade e toxicidade.
Outros agentes, como as nanoenzimas à base de óxido de ferro, apresentaram bons resultados devido às suas propriedades de neutralização de espécies reativas de oxigênio (ROS) e à boa biocompatibilidade.
Os curativos nanofibrosos à base de hidrogel, especialmente os produzidos com celulose, demonstraram eficácia e segurança em ensaios clínicos, graças à capacidade de manter um equilíbrio adequado de umidade e de se desprender espontaneamente da lesão após a epitelização.
Por fim, embora muitas novas tecnologias no campo da cicatrização de lesões apresentam resultados promissores, ainda são necessários testes rigorosos de biocompatibilidade e toxicidade em alguns casos, além de experimentações que comprovem a eficácia e a viabilidade para o escalonamento clínico.
Confira o artigo na íntegra:
Nasra, S., Pramanik, S., Oza, V. et al. Advancements in wound management: integrating nanotechnology and smart materials for enhanced therapeutic interventions. Discover Nano 19, 159, 2024. https://doi.org/10.1186/s11671-024-04116-3
Enfermeira
Mestre em Ciências Fisiológicas com enfoque na Fisiologia da Pele
Redatora Científica do CQC