Metodologia:

Trata-se de um artigo de revisão que mostra o efeito da Aloe vera no processo e a sua aplicação em diversos tipos de curativos.

Principais pontos abordados:

A Aloe vera contém uma grande quantidade de polissacarídeos, os quais são os principais responsáveis por suas atividades anti-inflamatória e imunomoduladora.
O glucomanano, o polimanan acetilado e o acemanano demonstram efeitos importantes na modulação da resposta inflamatória, reduzindo as interleucinas IL-5 e IL-10 e regulando a ação da metaloproteinase MMP-9.

Além disso, o acemanano pode influenciar a formação de tecido de granulação e a produção de glicosaminoglicanos e colágeno, por atuar na regulação transcricional dos genes MMP-3 e TIMP-2. Outro aspecto essencial para a cicatrização é a formação de novos vasos sanguíneos (neovascularização). O VEGF é um marcador fundamental nesse processo, pois desempenha papel crucial na indução, proliferação e migração das células endoteliais, sendo estimulado pela ação do acemanano presente na Aloe vera.

Quanto à aplicação da Aloe vera em curativos para feridas, cada tipo apresenta vantagens e limitações:

• Fibras eletrofiadas (electrospun fibers): atendem aos requisitos básicos do cuidado com feridas, porém seu processo de produção é complexo.
  
  
• Hidrogéis: são semelhantes ao tecido natural, mas ainda necessitam de melhorias nas propriedades mecânicas e na biocompatibilidade.
  
  
• Membranas: apresentam boa retenção de umidade e potencial efeito anti-cicatricial, mas possuem baixa absorção, o que limita seu uso em feridas exsudativas, e pouca ação antibacteriana, exigindo associação a outros compostos.
  
  
• Esponjas: possuem alta porosidade, boa absorção e permeabilidade ao ar; contudo, por ocluírem a ferida, podem dificultar sua observação.
  
  
• Partículas: apresentam ação antibacteriana, baixa citotoxicidade e excelente liberação de fármacos, embora ainda careçam de métodos de avaliação padronizados.
  
  
• Tecidos (fabrics): são macios, resistentes e adsorventes, mas ainda compartilham limitações avaliativas e necessitam de estudos mais padronizados.
  
  

Atualmente, pesquisadores têm integrado áreas como química, física e biomimética para identificar ativos e aprimorar o desenvolvimento de curativos inteligentes. Novas tecnologias, como a bioimpressão 3D e os nanocompostos, aplicadas a esses curativos, demonstram um potencial inovador para o futuro, especialmente quando inspiradas em plantas medicinais com efeitos terapêuticos.